sexta-feira, 10 de junho de 2011

Funerais Diversos !


    No capitulo 11 do evangelho de João a bíblía relata a morte de Lázaro, amigo de Jesus, no verso 35 está escrito " Jesus Chorou "; sim, o messias do cristianismo chorou a perda de um ente querido no funeral.


  Talvez você pense: O que tem de mais em Jesus chorar a morte de Lázaro?, é algo natural chorar a morte de um amigo em seu sepultamento, certo? E eu respondo: Sim, é natural essa reação das pessoas em nossa cultura cristã brasileira, mas em outros lugares a coisa não é bem assim.



   Bom, é interessante o fato de que diversos povos e culturas têm rituais e visões tão diferentes da nossa. Então vamos logo pra parte boa, abaixo temos um resumo de como é feito a cerimônia fúnebre em alguns países.

  No Brasil, o funeral costuma ser realizado em locais apropriados (geralmente, no serviço do próprio cemitério), a duração é de no máximo 48 horas após o falecimento. No dia 02 de Novembro, é o Dia de Finados, é quando relembramos nossos mortos, geralmente, com muito pesar.
  O prazo de 48 horas é curto se comparado a outras culturas, a justificativa é que o clima tropical  favorece a decomposição do corpo, mas, há quem diga que isto pode ser reflexo da visão que o brasileiro tem da morte e a relação com o falecido, e pode até influenciar em nossa recuperação pós-luto, gerando até conflitos mal-resolvidos.

   Na Itália e na Suíça, geralmente, os funerais são feitos em casa e duram no mínimo 48 horas, podendo chegar a uma semana, para que a maioria de amigos e parentes possam se despedir do falecido. As pessoas vão e vem, beliscam alguns salgados, tomam vinho, uma ou outra risada, e isso não causa constrangimento.     Na Suíça, por exemplo, há hospitais que disponibilizam uma sala refrigerada, onde o corpo fica a disposição dos visitantes, que podem até marcar hora para a visita.


  Em Moscou, alguns utilizam uma igreja ortodoxa local, onde o funeral é feito com uma reunião muito alegre, com pessoas vestindo roupas coloridas (é proibido usar preto) e entoando cânticos de alegria.

  No México, o dia de finados é comemorado com muita festa e alegria, exceto, pelo motivo da comemoração, são muito semelhantes a uma festa de aniversário, inclusive, o morto é convidado para participar do banquete e os vivos festejam para que ele fique bem. As festas podem ser em casa ou no cemitério, mas tem que ter muita alegria e “comes e bebes”. Para sintetizar a visão da morte para o mexicano, encontrei o seguinte conteúdo:
  “No México contemporâneo, temos um sentimento especial diante do fenômeno natural que é a morte. A morte é como um espelho que reflete como vivemos e nossos arrependimentos. Quando a morte chega nos ilumina a vida. Se nossa morte precisa de sentido, tão pouco sentido teve a vida, "diga como morre e te direi como é". Fazendo uma comparação com os cultos pré-hispânicos e a religião cristã, se sustenta que a morte não é o fim natural da vida, se não uma fase de um ciclo infinito. Vida, morte e ressurreição são os estados do processo que nos ensina a religião cristã.” 
No Japão, os funerais são feitos, geralmente, na casa da família, e o interessante é que eles fazem uma cerimônia de preparação do corpo antes de sepultá-los. A preparação envolve a limpeza (para a purificação), a troca de roupas e a maquiagem para o corpo ficar bonito, com aparência saudável e preparado para a viagem que o morto fará ao novo mundo, e tudo isso é feito durante o funeral e na presença de todos.
   Este ritual pode ser feito pelos próprios familiares, mas, geralmente, são os “Nokanshi” que fazem, pois eles são profissionais especializados nisso.
   Os budistas entregam à família do falecido um envelope com uma quantia, indeterminada, de dinheiro no momento do funeral, e costumam celebrar missas ao longo do tempo que se passa após a morte, para manter a memória do falecido e reunir amigos e parentes.
   Para quem quiser saber mais sobre a preparação do corpo no Japão, eu indico o filme “A Partida”, que além de explorar esse costume japonês, aborda também os sentimentos sobre a morte, os conflitos familiares e o preconceito profissional.
  Veja a resenha do filme no site abaixo: http://www.cranik.com/apartida.html

post extraido do portal http://morteparavivos.blogspot.com/2009/11/atendendo-ao-pedido-de-um-internauta.html